O Clube dos Filhos Desnaturados é um clube exclusivo, onde só entram aqueles filhos que por algum motivo viveram uma dor que os obrigou a um afastamento em relação a sua família de origem e normalmente são vistos pela sociedade como Filhos Ingratos. Se voce nunca ouviu falar do nosso clube, por favor, leia o outro artigo deste blog chamado “O Clube dos Filhos Desnaturados”. Lá voce vai ter ver todos os beneficios, contrapartidas, preços e regras dos membros. 😉 |
Já vou explicar o que essa transição significa, mas antes vamos lembrar que existe gente que de fato chegou a um outro estágio de aceitação e até de perdão. Mas essas pessoas sao minoria, minoria mesmo. Muita gente se acha um “buda iluminado” mas nem consegue enxergar a própria dor. Ou não quer encara-la. Aí conta uma história pra si mesmo de que “já ultrapassou tooodas as questões ou que está acima dessas coisas”. Ou diz que “até vê que existe uma dor, mas nao tem coragem de enfrentá-la, não gosta de falar sobre as coisas que machucam”. Para essas pessoas, então, ainda falta um pouco pra poder se candidatar ao nosso clube e ficar mais perto da saúde emocional que a gente tanto busca. Recomendo Terapia Reichiana. 😊 Tô brincando, mas é sério. |
Você, possível candidato, pode estar pensando: "Eu não sou submisso. Isso não se aplica a mim". Mas vamos pensar no estágio de submissão de forma mais ampla: Nao é necessariamente a submissão clássica, do “sim, senhor” que baixa a cabeça pra tudo. Pode ser simplemente estar enredado na teia familiar sem conseguir sair, como por exemplo, aquele filho adulto que depende de alguma forma financeiramente.
O estágio de submissão nesse caso é bem compreensível, a pessoa foi tão ferida que se sente incapaz de ganhar a vida. O trabalho esta intimamente ligado a nossa capacidade de se expressar no mundo, de colocar energia nas coisas, de se relacionar com novas pessoas. Mas se a gente aprendeu e cristalizou um padrão doentio, fica mesmo difícil.
Pode ser também que o estágio de submissão se traduza naquele filho que até vê que sua mae, é invasiva, sem limite, que mistura a vida dela com a sua. E então briga, grita, e dessa forma acha que é rebelde. Bom, espenear é melhor do que ficar calado, claro. Deu um passo em relação a quem baixa a cabeca e fica resignado e sem forças, normalmente num estado depressivo. Mas pra se candidatar ao clube é preciso encontrar uma forma eficaz e definitiva dentro da gente pra delimitar os nossos contornos e limites. E sim, isso passa por sair da tristeza para a raiva. E muitas vezes (não sempre, mas muitas vezes) colocar limites tem a |
É preciso encontrar outras estradas. É dificil mesmo. A gente continua esperando que dali venha apoio, compreensao, um olhar apurado das nossas necessidades, bom senso, respeito, acolhimento pra nossa dor... E rola também um pensamento que é: se eles que deveriam me ajudar e me amar nao conseguem direito.
Quem vai? Bom, é aí que a rebeldia entra. É um tremendo QUE SE DANE! Se ninguém vai me ajudar, eu me ajudo. Qualquer passo, mesmo que seja um passo ruim é um passo pra frente, e portanto mais saudável do que ficar submisso e parado no mesmo lugar.
Quando a gente começa a entender que eles não conseguem mesmo, quando cogitamos dar o grito simbólico da rebeldia saudável, muitas vezes a culpa aparece: “ Mas eles coitados, tiveram uma história difícil, mas eles tentam mas nao conseguem... Coitadinhos...” É ai que fazer parte do clube faz diferenca. Tudo isso provavelmente é verdade, somos todos vítimas de vítimas, mas é preciso compreender que não há saída. Que é preciso salvar primeiro a si mesmo. Que qualquer comissário de bordo vai te falar: Numa pane de oxigênio coloque a máscara em você primeiro antes de ajudar a qualquer outra pessoa. E acredite, você está sim numa pane. Então se você se animou em criar uma rede de apoio e de acolhimento e portanto fazer parte do Clube, fala aqui nos comentários e Bem Vindx! |
Ana Paula Grivet
Psicóloga e Terapeuta Reichiana em Formação na EFEN