Como se formou a Escola
A Escola Federico Navarro inicia com a vinda do então presidente da Escola Européia – Dr. Federico Navarro – ao Brasil, acompanhado de Umberto Liberati, em 1988. A vinda de Navarro ao Rio trouxe conflitos ao campo reichiano, uma vez que ele não compartilhava do ecletismo característico dessa época, em que coexistiam diversas práticas que faziam menção a Reich, |
sem que necessariamente estivessem de acordo com a teoria reichiana, contrariando a mesma em alguns aspectos. Navarro, por gozar de um “contato de segundo grau” com Reich – já que foi treinado por Ola Raknes, amigo e discípulo de Reich – defendia uma práxis que tinha por objetivo o desenvolvimento e a atualização dos pressupostos reichianos, possibilitando um ganho contínuo de complexidade na utilização dos parâmetros clínicos e relacionais elucidados por Reich. Este esforço se fez presente na necessidade de afirmar a potência e a atualidade do pensamento de Reich e evitar tanto a fragmentação de seu discurso, quanto a dispersão de suas contribuições intempestivas e originais, importantes para uma prática reichiana consistente. A Escola, portanto, originou-se deste compromisso de estabelecer um permanente diálogo com os diferentes campos de saber contemporâneos, acrescentando elementos ao pensamento de Reich e aprofundando suas considerações, sem estabelecer rupturas que ainda que se apresentassem enquanto produções válidas, caracterizariam outro trabalho fora do paradigma reichiano.
Training terapêutico
Para Navarro existiam alguns critérios para que se pudesse considerar alguém como terapeuta reichiano, como o “training terapêutico pessoal de base”, o “acesso a informações teórico-práticas” e a passagem por uma “supervisão didática”. Muitos terapeutas cariocas, contudo, se auto-intitulavam reichianos por uma afinidade com os princípios de Reich, ou por haverem se submetido a breves treinamentos, o que era inaceitável para Navarro, que os considerava (e os apontava) como pseudo-reichianos.
Tal preocupação por parte de Navarro com uma formação consistente dos terapeutas se justificava pela sua responsabilidade ética; ele visava evitar que a prática reichiana se indiferenciasse de outras práticas que pudessem ser prejudiciais aos pacientes, e conseqüentemente à própria imagem de Reich e seus seguidores. Por isso, era crítico do ecletismo na clínica e à atmosfera de permissividade dos institutos, dos consultórios e centros de formação em terapias corporais da época. De fato, ainda hoje é comum que o termo “terapeuta reichiano” seja mal interpretado com um significado de permissividade sexual, considerando o fato de que a literatura de Reich foi amplamente utilizada como justificativa para uma idéia de “liberação sexual”, com raízes na contracultura.
Training terapêutico
Para Navarro existiam alguns critérios para que se pudesse considerar alguém como terapeuta reichiano, como o “training terapêutico pessoal de base”, o “acesso a informações teórico-práticas” e a passagem por uma “supervisão didática”. Muitos terapeutas cariocas, contudo, se auto-intitulavam reichianos por uma afinidade com os princípios de Reich, ou por haverem se submetido a breves treinamentos, o que era inaceitável para Navarro, que os considerava (e os apontava) como pseudo-reichianos.
Tal preocupação por parte de Navarro com uma formação consistente dos terapeutas se justificava pela sua responsabilidade ética; ele visava evitar que a prática reichiana se indiferenciasse de outras práticas que pudessem ser prejudiciais aos pacientes, e conseqüentemente à própria imagem de Reich e seus seguidores. Por isso, era crítico do ecletismo na clínica e à atmosfera de permissividade dos institutos, dos consultórios e centros de formação em terapias corporais da época. De fato, ainda hoje é comum que o termo “terapeuta reichiano” seja mal interpretado com um significado de permissividade sexual, considerando o fato de que a literatura de Reich foi amplamente utilizada como justificativa para uma idéia de “liberação sexual”, com raízes na contracultura.
Navarro representava a ortodoxia do movimento de “retorno a Reich” na década de 80, atraindo um grupo de colaboradores para a criação do I.O.O.R - Instituto de Orgonomia Ola Raknes . Uma das iniciativas deste instituto, em virtude da preocupação com a regulação da prática reichiana, foi a criação da E.O.L.A - Escola de Orgonomia Latino Americana, que teria como função regular o funcionamento da formação dos orgonoterapeutas.
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Livros e Escritos Didáticos
Navarro também participou da fundação da Escola de Orgonomia Italiana, contando ainda com colaboração de Liberati, com quem veio ao Brasil. Na França, Espanha, Argentina escreveu, dentre outros livros, a Metodologia da Vegetoterapia Caráctero-Analítica e introduzindo o método utilizado até hoje pelos professores de nossa Escola especializados em Vegetoterapia Carátero-Analítica.
Navarro também participou da fundação da Escola de Orgonomia Italiana, contando ainda com colaboração de Liberati, com quem veio ao Brasil. Na França, Espanha, Argentina escreveu, dentre outros livros, a Metodologia da Vegetoterapia Caráctero-Analítica e introduzindo o método utilizado até hoje pelos professores de nossa Escola especializados em Vegetoterapia Carátero-Analítica.
Fundação da Escola
Em 1999 Navarro volta para Itália e mantém o contato com o Brasil, retornando periodicamente. Sem a presença constante de Navarro, a I.O.O.R. sofre um período de desestruturação caracterizada por dissidências e insustentabilidade financeira. Em 2001, a convite de Rudi Reali, o trabalho é retomado, tendo como Navarro seu diretor e é fundada dentro da ABIC (Associação Brasileira de Integração Corpomental), a EOFeN – Escola de Orgonomia Federico Navarro, que atualmente passou a se chamar EFEN Escola Pós-Reichiana Federico Navarro. Desta forma, Navarro lecionou e coordenou didaticamente a primeira turma na nova Escola, vindo a falecer praticamente no início da segunda turma, deixando aqui saudosos seus amigos e alunos. |