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Você está bem com o seu corpo?

17/12/2012

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No que você pensa automaticamente, quando lê esta pergunta? Não vou dizer que o verão está chegando nem divulgar dietas contra a celulite, embora seja este tipo de assunto que normalmente é suscitado pela mídia quando o tema é o corpo. A clínica reichiana também pode ser chamada de “terapia corporal”, mas de acordo com este ponto de vista, “o corporal” é abordado de um modo bem diferente.  Afinal, o que é o corpo?
Sem que notemos, muitas vezes, pensamos o corpo como uma imagem em relação aos outros corpos e fazemos comparações. No entanto, diferentemente do que se costuma divulgar, o corpo é mais que uma imagem.  É como se houvesse sempre alguém de fora olhando para o nosso corpo, julgando-o. Dessa forma, a relação de cada um com o seu corpo fica prejudicada. Parece que tem sempre um outro, no meio do caminho, que vê e avalia o seu corpo, o que dificulta o contato íntimo consigo próprio. Mas, e se fecharmos os nossos olhos e o dos outros? No escuro, como está o seu corpo? Ele lhe dá prazer? Não o prazer que se pode ter em exibir um corpo bonito, ou seja, uma imagem bela do corpo. E, sim, o prazer de mergulhar de cabeça na água do mar num dia de verão, o prazer que está ligado à sensação corpórea em si.

Por vezes, o corpo é encarado simplesmente do ponto de vista estético (bonito/feito) ou médico (como aquele que tem doenças). Nessa ótica, o que normalmente chamamos de “eu”,  –  valores e crenças individuais –  seriam produto da história pessoal, independentemente da sensação corpórea. Esta dissociação entre pensamentos e sensações/afetos tem origem na famosa dicotomia mente X corpo. O que não nos permite entender, por exemplo, porque ficamos de mau humor quando estamos muito tempo sem comer. Se o álcool deixa uns alegres, a prisão de ventre deixa qualquer um enfezado. Da mesma forma que uma substância química pode influenciar o comportamento, nossos estados fisiológicos também estão intimamente ligados aos nossos sentimentos. E, também, a forma como nos sentimos corporalmente está relacionada aos nossos pensamentos e preocupações.

Embora se fale muito sobre o corpo na mídia, não se pode dizer, de acordo com a perspectiva reichiana, que ele seja supervalorizado na contemporaneidade. Pelo contrário. O corpo tem sido amplamente objetificado, desrespeitado e manipulado quimicamente para corresponder as nossas ansiedades e expectativas na busca da imagem hegemonicamente perfeita. No entanto, se pudéssemos estabelecer um contato menos visual com o corpo, se pudéssemos nos dar tempo de ouvi-lo e senti-lo, não estaríamos tão preocupados com a imagem e suscetíveis aos apelos do marketing e da estética.

O “saradão”, que passa horas na academia fazendo hipertrofia muscular, tem ejaculação precoce. Nunca perdeu a sensação de quando era magrinho na infância e precisava provar que era viril para os colegas. Na relação sexual, ele sempre imagina que têm pessoas julgando a sua performance ou que a mulher pode criticá-lo. A lordose e o salto alto, que deixam a bunda empinada, podem até ficar bem aos olhos de quem vê, mas a pelve retraída dificulta as sensações nos órgãos genitais. De que adianta ser gostosa(o), se você não consegue ter todo o prazer que poderia ter no sexo?

Já ouvi relatos de pessoas que não vão à praia por ter vergonha das celulites e estrias.  Mas tanto o ato de reparar nos defeitos dos outros, quanto o de se preocupar com o que os outros podem pensar de você são duas faces da mesma moeda. Você é vitima da sua crítica. Quem realmente sabe desfrutar o calor do sol e a beleza da paisagem é incapaz de ter esse tipo de preocupação centrada na imagem, principalmente, depois de um prazeroso mergulho. Em outras palavras, ficar reparando nos defeitos físicos do outro é uma expressão de insegurança em relação ao próprio corpo e, além disso, de dificuldade em aproveitar a praia. Ninguém se importa realmente com a bunda do outro. A gente só se importa com a nossa própria bunda em relação à do outro, para comparar. Não seria melhor sair dessa lógica e dar um mergulho? No momento em que descentramos do imperativo da imagem que está ligada à uma lógica competitiva do mundo moderno, estaremos mais centrados nas sensações corpóreas e poderemos vivenciá-las com maior segurança e liberdade.

Muitos sofrem com a ilusão de que seriam mais felizes se fossem mais bonitos, mas pessoas com um corpo escultural também passam por frustrações e têm problemas de auto-estima. Ou, no mínimo, vão sofrer com a perda da beleza, caso a valorizem excessivamente. Ninguém terá eternamente a bunda, o abdômen ou o peito ideal. Não adianta o número de horas que se passe na academia: todos nós envelhecemos. E com isso, sairemos do padrão ideal de beleza para ser, no máximo, “bonito para a sua idade”.  Isso não é uma dádiva? Felizmente, o corpo muda juntamente com a vida, e, com o tempo, podemos ir ampliando nossa consciência do que realmente é importante.

Costumamos dizer que “temos um corpo”, mas ele não é um objeto ou propriedade de um “eu” que está para além do corpo. Todos os nossos sentimentos e sensações dependem do corpo e a qualidade de vida, igualmente, depende de estados físicos. Ninguém pode estar feliz com dor de dente aguda! O corpo é uma via primordial de contato com o mundo. Estar bem com o corpo significa ter essa via limpa para poder se mover e relacionar sem obstáculos. Quando estamos muito preocupados com a ideia que os outros fazem de nós e a ideia que fazemos dos outros, ficamos muito limitados em nossa percepção, o que causa sofrimento. Uma relação direta com o corpo – e não com a sua imagem – pode nos proporcionar um prazer tão grande, que ideias como a da beleza física, se tornam menos repetitivas e obsessivas.  “Distraídos venceremos” (diz o poeta Leminski). O prazer que podemos ter com o corpo é a maior (e melhor) fonte de distração das preocupações fúteis impostas pela sociedade da imagem.

Alice Paiva

Mestre em Psicologia e Terapeuta Reichiana pela EFEN – Escola Pós-Reichiana Federico Navarro

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