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Violência de gênero e Isolamento

17/5/2020

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O isolamento social proposto como medida para combater a pandemia da COVID-19 trouxe também o aumento global da violência doméstica. Não é para menos, segundo a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra que a violência de gênero mata e incapacita mais que o câncer, problemas de saúde, acidentes de trânsito e malária juntos!!! António Guterres chefe da ONU já se pronunciou em relação ao tema que é tão preocupante e tem se agravado neste período de tempo.
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A América Latina é considerada o lugar mais perigoso para ser mulher e o Brasil é o país que mais mata mulheres. No Rio de Janeiro desde a data que iniciou o confinamento, segundo dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o aumento foi de 50% nos pedidos de medidas restritivas. Em casa com seus agressores isoladas do contato com outras pessoas, as mulheres enfrentam a quarentena com outra ameaça iminente.
O Brasil apesar de estar liderando esse ranking de violência - a cada 4 minutos uma mulher é agredida - tem passado por uma politica de desmonte dos programas que combatem a violência de gênero e em 2019 zerou os repasses para a proteção as vitimas, assim como, o programa A Casa Mulher Brasileira que atendia mulheres em situação de violência.

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Esse tema que nos é tão caro, se torna imprescindível para que questionemos os efeitos da violência na saúde biopsicossocial da mulher, ou seja, na saúde de forma integral antes, durante e depois da epidemia. Essa violência que ocorre principalmente na esfera doméstica é um problema a nível social e foi o que me fez relembrar uma das frases emblemáticas que circunscreveu a Segunda Onda do Feminismo e que ainda se demonstra atual: “o pessoal é político” afirmação da feminista Carol Hanisch. O slogan abriu espaço para as discussões políticas do que até então se acreditavam serem assuntos privados, como por exemplo, a violência contra a mulher, afirmando que não é um problema pessoal e sim coletivo. Ao falar dos grupos feministas a qual participava, Hanisch dizia que não poderiam ser meramente reduzidos a grupos terapêuticos, pois as questões pessoais eram antes de mais nada, políticas.
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Dessa forma as violências sofridas pelas mulheres no privado, principalmente no seio familiar, também são um problema a nível macro e consequência da educação da família patriarcal autoritária. Reich afirma em toda sua obra a relação do campo político com a sexualidade, explicitando que é dentro do contexto da repressão sexual que se faz o controle social. Percebe que a ação repressiva não é exercida apenas nas proibições religiosas e morais, mas também através da exploração econômica e da alienação politica. Segundo Reich:
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“A manutenção da instituição da família não se baseia apenas na dependência econômica da mulher e dos filhos em relação ao marido e ao pai. Essa dependência só é suportável para as classes reprimidas, desde que a consciência de ser um ser sexual seja abafada tão profundamente quanto possível nas mulheres e nas crianças. A mulher não deve figurar como um ser sexual, mas apenas como uma procriadora. A idealização e o à culto da maternidade, que tão flagrantemente contrastam com a brutalidade com que são tratadas na realidade as mães da classe trabalhadora, são essencialmente, meios para não permitir que as mulheres, adquiram consciência sexual, ultrapassem o recalcamento sexual imposto e vençam a ansiedade sexual e os sentimentos de culpa sexual. A mulher sexualmente consciente, que se afirma e é reconhecida como tal, significaria o colapso completo da ideologia autoritária.” 
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Não é à toa que a sexualidade da mulher é extremamente vigiada e controlada. E hoje mesmo tendo “liberdade” para se falar de sexo estamos cheios de manuais e cartilhas de como devemos nos portar, sentir, fazer e etc. 
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O problema não é novo, e é necessário que nos esteja sempre a vista pois temos a sensação que estamos sozinhas e impotentes pois a maior parte de nós ou já sofreu ou tem uma amiga próxima que viveu algum tipo de violência de gênero. Vivemos em uma sociedade capitalista que individualiza o problema que na verdade é social. bell hooks – escritora e aclamada intelectual negra - diz que uma politica sexual verdadeiramente libertadora sempre tornará central a afirmação da atividade sexual feminina. Não é possível que essa atividade aconteça enquanto as mulheres acreditarem que o corpo sexual deve sempre estar a serviço de alguma outra coisa.
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​Essa temática é um campo vasto e longe de esgota-lo aqui nesse texto gostaria de deixar meu desejo de voltar ao assunto por outras perspectivas. Por hoje gostaria de deixar a ideia de que não devemos subestimar as redes de apoio pois, além de nos ajudar a perceber que muitas de nós partilhamos das mesmas histórias, seja em terapia, seja buscando grupos que nos ajudem a criar espaços seguros de apoio. Corremos mais riscos quanto mais isoladas estivermos e muitas das vezes temos essa sensação de que é um problema só nosso, e as vezes até no nosso próprio círculo não temos uma referencia melhor do que poderia ser saudável, por exemplo, se minha avó viveu sob a pior face do machismo e minha mãe também, minhas amigas que estão em relacionamentos abusivos, na televisão romantizando essas cenas e etc.  É aquele clichê que funciona - juntas somos mais fortes e em briga de casal se mete a colher sim –
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Se você está sofrendo algum tipo de violência, procure ajuda, se sabe de alguém que esteja  precisando ofereça ajuda ou busque algum canal de ajuda. Como diz José A. Gaiarsa: Nunca se pôde dizer, como hoje: ou nos salvamos – todos juntos – o nos danamos – todos juntos.
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Você não está sozinha. #façaterapia
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Central de Atendimento à Mulher:  Ligue 180
Atendimento à Mulher 24 horas por dia. De qualquer telefone, público, fixo ou celular, a qualquer hora e de qualquer lugar do país, mulheres e homens podem ligar pedindo ajuda, denunciando a violência.
Disque Mulher:  (21) 2299-2121
DEAM (delegacia de atendimento à mulher): 
Rua Visconde de Rio de branco, 12, Centro. rio de janeiro
Telefone:
(21) 2334-9859
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Reportagens importantes covid- 19 e violência doméstica:
https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-alerta-para-aumento-da-violencia-domestica-em-meio-a-pandemia-do-coronavirus/
https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-04-09/a-violencia-de-genero-e-uma-pandemia-silenciosa.html
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-guerra-contra-o-coronavirus-no-brasil-tem-nome-de-mulher/?fbclid=IwAR0lnbKfhNEIN7o4uJgyG6mm7MkG-2O7WagOUUOfmo29GD0YkaC9KTQ4BAA


​Dominique Marques
Psicóloga e Terapeuta Reichiana na EFEN​
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