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Reflexões sobre o masoquismo

23/4/2020

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Quando pensamos em masoquismo geralmente algumas imagens nos vêm rapidamente à mente.

Vire e mexe falamos ou ouvimos dizer que "fulano é masoquista porque parece que gosta de sofrer", não larga aquele trabalho e/ou namorado que tanto diz fazer mal, talvez também nos venha à cabeça alguns tipos de práticas sexuais, basta ‘dar um Google’ – masoquismo – que ele virá acompanhado de inúmeras imagens que remetem a dor, sofrimento e humilhação junto a práticas fetichistas.

Não é para menos, a própria definição no dicionário Aurélio diz que é uma atitude de uma pessoa que retira prazer ou parece gostar do seu sofrimento ou humilhação. Mas será mesmo que as pessoas gostam de sofrer? Ou esse comportamento reflete algo mais? Então vamos lá.
Quem nunca contou uma história triste inúmeras vezes para várias pessoas. sempre revivendo a mesma história mas nada aberto a modificar suas ações? Ou também, acaba sempre caindo nas mesmas ciladas que geram muito sofrimento? Acabou provocando o parceiro até o ponto de rolar aquela briga que deixam todos exaustos e não leva a nada? Parece ter o dedo podre por só escolher relacionar-se com pessoas que não estão afim e tratam mal a pessoa? É reclamão?
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Dentre essas e outras séries de situações corriqueiras, acredito que grande parte de nós se sente ou já se sentiu assim alguma vez na vida. Pois bem, sinto informar, mas esses são traços bem masoquistas. Que atire a primeira pedra então quem não é um pouco masoquista.
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E como nós reichianos pensamos o masoquismo? Esse tema foi um dos pontos importantes do rompimento com Freud. Reich discorda da concepção do masoquismo primário, ou seja, inato e afirmou que não há impulso biológico que busque o desprazer. Para Reich não é por determinação biológica que o ser humano busca o sofrimento e sim por alguma circunstância externa avessa que incide sobre o aspecto biopsíquico desse organismo, que antes era saudável.

Ao contrário do que se acreditava, no masoquismo não se obtém prazer através do sofrimento, mas é busca por alívio, pois há um enrijecimento crônico justamente pra conter memórias de medo e dor. Toda vez que se busca o prazer, então, ele vem acompanhado de angústia ao esbarrar neste enrijecimento que não permite a expressão e o relaxamento, ligado ao que Reich chama de capacidade de descarga.
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​Então como diz Navarro: “uma excitação que não tem a possibilidade de descarga se transforma numa agitação que é desagradável: o masoquista é aquele que é capaz de transformar o prazer em desprazer.” (1995, p. 72)

​Consequentemente, os esforços do masoquista de evitar o desprazer acabam gerando sempre mais angústia à medida que se tenta evitar o sofrimento, gerando um ciclo vicioso, por não se conseguir um real relaxamento das tensões que estão acumuladas.
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Portanto no masoquismo a autopunição é uma expressão secundária e não primária como se acreditava; ou seja, ela existe pra resolver um problema anterior, digamos assim.

O masoquista por medo de ser abandonado e de perder o amor (medo que advém da infância), suporta a dor.

Porém, paradoxalmente por conta desse acúmulo de energia que se torna tóxico, ele precisa descarregar de alguma forma e muitas vezes espera que esse alívio venha do outro, induzindo e/ou forçando que o outro/objeto o libere de suas próprias tensões. Essa descarga forçada não é suficientemente potente então, por não ser descarregada plenamente, a energia acumulada volta para o ciclo de tensão, gerando ansiedade e desprazer.

Por isso o masoquista é muitas vezes provocador, induz as brigas até o ponto insuportável de contaminar o outro que explode, assim ele desgasta e destrói suas relações, mas consegue obter uma descarga parcial e diminuir o estado tensão.

 “Sofrer e suportar o sofrimento são resultados da perda da capacidade orgástica para o prazer.” (Reich, 1988, p. 219)

​Sendo assim ele encontra uma maneira de manejar esse desprazer, ou seja, uma regulação compulsiva; força uma descarga, porém, como não há descarga total da excitação o organismo permanece em estado de constante tensão. 

Por isso Freud acreditava que, clinicamente, o masoquismo seria insolúvel, por conta das fortes tendências ao auto-boicote e auto-sabotagem  mas já sabemos que Reich não concordava com esse pensamento de Freud de o masoquismo seria inato e sim social. Na clínica reichiana propomos auto-observação como medida terapêutica para que possamos nos reconhecer nesses estados de tensão como estranhos a nós, e já que não são biologicamente determinados, possamos intervir no caminho da transformação potente.


“Na vegetoterapia caractero-analítica se verifica a passagem das sensações desagradáveis a agradáveis na execução dos actings, isso é um bom treinamento para aprender a transformar o desprazer em prazer; justamente o percurso contrário a da dinâmica do masoquismo.” (Federico Navarro)
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​Dominique Marques

Psicóloga e Terapeuta Reichiana na EFEN

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