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O que pode o corpo? Uma experiência a luz dos "actings" da clínica reichiana

8/11/2020

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​Reich aponta para um impedimento do livre fluxo energético, causado pelas couraças, que podem ser entendidas como “bloqueios” ou mecanismos de defesa.

​Segundo ele, no organismo saudável a energia deve fluir no sentido cefálo-caudal, da cabeça em direção à pelve, onde há a maior possibilidade de descarga energética, a partir do órgão genital. Quando isso não ocorre, a energia se concentra em níveis pré-genitais.

​Esse acúmulo energético é a fonte das neuroses e pode, por exemplo, gerar a tensão responsável pelos vícios e compulsões. Neste caso, a tensão se materializa na forma de uma necessidade extrema de realizar determinados comportamentos, que em geral a longo prazo não são benéficos, nem satisfatórios. Como solução a este problema uma psicoeducação sobre como os vícios são prejudiciais a nossa saúde física e mental é até importante, mas insuficiente. 

​​Por isso, a clínica reichiana acredita que é preciso ir além de uma elaboração intelectual para que mudanças reais na vida do indivíduo possam de fato acontecer. Em outras palavras, a simples compreensão dos malefícios causados pelos vícios e compulsões, não é suficiente para interromper o ciclo vicioso da repetição de determinado comportamento. É como quando sabemos da necessidade de uma alimentação equilibrada, mas não resistimos aquele bolo de chocolate que acabou de sair do forno!
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​​Há algum tempo assisti uma palestra da Viviane Mosé com a bailarina Dani Lima que se intitulava "o que pode o corpo?". Nesta palestra, uma das falas marcantes da Mosé foi sobre a necessidade de "demorar nas sensações sem palavra". Compreendi esta necessidade a partir dos “actings” (mobilizações neurofuncionais), que realizados na prática clínica da terapia reichiana, nos permitem entender o que a linguagem verbal não é capaz de explicar. 

​Na verdade talvez o mais correto seria o uso do verbo "sentir" no lugar de "entender". No entanto muitas vezes as sensações possibilitam uma sabedoria mais profunda que a linguagem lógica e racional. Um relato da minha experiência com comportamentos compulsivos enquanto paciente da terapia reichiana exemplifica melhor a importância do trabalho terapêutico estar para além da linguagem e da análise do conteúdo verbal.

Eu tenho a compulsividade de cutucar os ouvidos, o que muitas vezes causa incomodo e dor. A coceira surge frequentemente como uma forte tensão, de modo que me sinto impelida a enfiar dedos e unhas dentro do ouvido, que é uma região bastante sensível. Quanto mais atendo a essa demanda mais aumenta a tensão. Diante da minha sensação consigo compreender o acontecimento histórico dentro da biografia do Van Gogh, que foi o momento em que ele automutilou a própria orelha.
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​​Sempre soube que não é saudável para mim este e outros comportamentos, mas nunca havia aprendido uma outra maneira de aliviar tal tensão. Acredito que descobrir esse caminho só foi possível durante a realização dos “actings”, através dos quais aprendemos com o corpo novas possibilidades de fluidez energética. Pode parecer que não faz sentido ficar deitada olhando para um ponto no teto e realmente é muito difícil mesmo explicar esse sentido. Mas é possível sentir esta energia. Uma coisa é dizer e expressar verbalmente sobre possíveis mecanismos de defesa. Outra é sentir esses mecanismos no corpo.
​As tensões que levam as compulsões também surgem no momento do “acting”.
​

Foi basicamente a experiência que tive. Nem sempre é fácil manter o foco durante o exercício. Estava em um estado de preocupação com compromissos futuros e foi nítido perceber como a energia se concentra na cabeça, mais especificamente nos ouvidos. Senti a tensão, as orelhas queimando e a vontade de sempre.

Contudo, a descoberta que tive foi que ao deixar os pensamentos passarem e voltar o foco para a respiração e o ponto no teto, não cedendo ao impulso, a sensação é de que a energia volta a fluir. A tensão diminui, assim como essa vontade de cutucar os ouvidos e ocorre uma espécie de relaxamento. É a aprendizagem de um novo caminho, uma nova possibilidade de ser e estar no momento presente. Possibilidade esta que é mais saudável e satisfatória. 

Existe uma perspectiva de que toda psicoterapia possibilita autoconhecimento, o que não deixa de ser verdade. Porém, o que significa “autoconhecer-se”? Significa saber usar as palavras certas capazes de dizer sobre nós mesmos? Em uma reflexão sobre a identidade do “eu” construída através da linguagem, Viviane Mosé defende que a linguagem é limitada, pois não é capaz de oferecer uma correspondência real entre as coisas e as palavras que usamos para descrevê-las. É neste sentido que o corpo, permite um autoconhecimento muito mais profundo, a partir das sensações.

​Respondendo a pergunta “o que pode o corpo?” vale lembrar que no corpo cabem as contradições, os afetos, a multiplicidade. Ainda sobre a palestra, Mosé aponta para o “si mesmo" como aquilo que é incomunicável, afirmando a necessidade de uma “perda de si" para ir ao encontro de si.  É, portanto, necessário sair do lugar de controle, da identidade construída enquanto produto da moral. Desse modo, uma conexão real com nós mesmos só é possível a partir do contato com nosso corpo e com as infinitas sensações que ele permite.

A aprendizagem a partir do corpo, as sensações sem palavra, a falta de sentido valem muito a pena. Por isso super recomendo a terapia reichiana!
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Lara de Oliveira Gomes  
Estudante do 8° período de Psicologia;
Aluna do curso “Análise do Caráter – Introdução à Técnica Reichiana”.
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