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O Futebol e uma visão Reichiana. Porque estamos tão ligados ao futebol?

26/1/2020

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​Há bem pouco tempo o Flamengo ganhou 2 campeonatos: Uma copa Libertadores e um campeonato brasileiro.  Se você também ficou se perguntando que fenômeno é esse, este texto é para você.

​A quantidade de gente a minha volta que se endividou pra pegar um avião rumo ao Peru foi grande, viu? E isso faz a gente parar para pensar...



As câmeras de TV mostraram a emoção a flor da pele. Em que outro momento se via choro, gritos desesperados, explosão de alegria. Em quem outros momentos a gente vê isso? Poucos, não é? Então, o que acontece que faz o futebol mobilizar dessa forma?

Primeira coisa que me chama atenção é: O Futebol é um lugar de catarse socialmente aceito. As torcidas, sejam elas no estádio, no bar ou em casa, de maioria masculina, podem gritar, xingar, chorar. Uma explosão, já percebeu? E é aceito, esperado e inclusive bem visto. Poucos são os lugares em que os homens (principalmente eles, mas mulheres também) podem chorar de alegria pela vitória ou tristeza pela derrota sem que isso deponha contra sua força ou virilidade. Esse choro me parece um choro de tudo que não se pode chorar, que vai muito além de ganhar um título esportivo. Pensando assim, já não me surpreende que as pessoas sejam tão “apaixonadas”.

O futebol tem também uma função social. Tenho um amigo que conta que nunca curtiu Futebol, mas percebeu que precisava se inteirar quando estava perto dos 30 anos e queria galgar posições na empresa que trabalhava. Percebeu que o futebol era um assunto que abria portas com qualquer um, desde a recepção até o diretor da área que ele queria migrar. Uma outra amiga queridíssima, terapeuta Reichiana inclusive, conta que foi ao enterro de um tio avô com a camisa do América (ambos torcedores do clube, ela e o falecido tio). Ela conta que quando chegou no cemitério algumas pessoas vieram abraça-la. Ela, claro, achava que eram conhecidas do tio, mas não, eram torcedores do América que estavam no velório ao lado... Futebol conecta.

Falando na função social, a função de apresentar o mundo, levar a criança para o social segundo Reich e Winnicott é uma função paterna (ou de quem assume esse papel na criação da criança). E na escolha do time de futebol, não poderia ser diferente, também é comum que o pai cumpra o papel de influenciar a criança a escolher um time. As exceções só confirmam a regra... A escolha do time não costuma ser racional. Ela é afetiva e infantil.

O verbo "torcer" designa a ação de "estimular os jogadores do time com gritos, palmas, gestos de mãos e braços, coreografias e cantos, em pleno estádio, como forma de somar, de contribuir, de participar do esforço dos atletas em campo na superação aos adversários e na busca da vitória". A identificação é tamanha que os torcedores acreditam que ELES ganharam o título. Se sentem parte a ponto de se sentir vencedores. Porque, veja bem, se você torce para um cavalo na pista de corrida e ele vence, quem venceu foi o cavalo, o corredor, o treinador, e as pessoas diretamente envolvidas, o patrocinador e etc. Você que torceu, só torceu. Você pode ter apostado e ter ganhado uma aposta, mas não ganhou a corrida efetivamente. Porém, não é isso que os torcedores normalmente sentem. Como a descrição citada acima, torcer significa “participar do esforço dos atletas.” Uma identificação, portanto, ilusória.

Os times que mais ganham campeonatos têm as maiores torcidas, ou seja, se torce pelo vencedor para dessa forma ser um vencedor também. Assim como o fenômeno conhecido no mundo político, normalmente o candidato que aparece ganhando nas pesquisas tende a ganhar mais votos. Identificar-se com um vencedor te torna também um vencedor? Neste caso, me parece uma identificação ligada ao narcisismo. Uma necessidade de reforço do eu. “Eu venci, eu sou melhor, meu time é melhor,  e o seu time é uma porcaria. Eu sou melhor do que você”. Só falta se olhar no espelho enquanto se diz isso... 😊 Narcisismo esse fora e dentro de campo com jogadores vaidosos na aparência e na forma de jogar.

Ao mesmo tempo que há aqueles que se ligam ao futebol pelo pescoço, ou seja, pelo narcisismo, há aqueles que se ligam pelo seu traço masoquista. O futebol em si já é um esporte que tem 2 horas de duração e você pode terminar o jogo sem ver um único gol ou uma jogada interessante. Ao contrário, por exemplo, do vôlei ou do basquete que são esportes onde sem sombra de dúvida você vai ver seu time marcar pontos no adversário. Eu sou torcedora do Botafogo, uma torcida chamada de mimimi. Um time que muitas vezes “quase” chega lá. Mas na maioria das vezes não chega. Ser torcedor do Botafogo significa sofrer, perder, e pior que perder: é quase ganhar.

Assim como esse torcedor do Corinthians que diz no seu blog: “Claro que gosto de ver a equipe bem e jogando um futebol envolvente, que atrai o torcedor ao estádio. No entanto, quando o time está na pior, tenho a sensação de que “o Corinthians está precisando de mim” e, por isso, “não posso abandoná-lo nesse momento difícil”. Quanto mais as circunstâncias se mostram complicadas, aí é que reafirmo minha fé no Timão.”

Ou outro torcedor, agora do Atlético, que diz: “Talvez isto explique a reação de uma boa parcela da torcida do Galo, que após mais uma dramática classificação, desta vez o Danúbio do Uruguai na pré-Libertadores, achou normal todo aquele sofrimento, sob o argumento de que “se não for assim não é Atlético”.

“Se não for assim não é Atlético.” Temos uma piada interna que diz: Acabou de assinar a carteirinha do clube. Não clube de futebol, mas clube dos masoquistas. 😊 Mas nesse caso, até cabe o trocadilho.

Ainda podemos olhar pela perspectiva do grupo. De se encontrar um coletivo onde a força do bando é multiplicada, maior que a soma das partes. E onde se pode exprimir um comportamento tribal e na maioria das vezes agressivo, despertado, incentivado, reforçado e defendido pelo grupo. Um lugar onde a raiva pode ser colocada para fora, muitas vezes, de forma física. Voltamos de novo ao lugar de descarga energética.

E para finalizar, não podemos esquecer do lugar político. No Brasil, por exemplo, durante as longas décadas da ditadura quando não se podia falar do que era importante, o futebol tornou-se assunto seguro. E nada mais Reichiano que a retroalimentação entre indivíduo e o social e vice-versa. Um colega de trabalho que não gosta nem de futebol nem de musica popular costuma dizer: “como deve ser feliz o homem médio. Eu seria mais feliz se tivesse a minha disposição a quantidade de canais televisivos e destaque para as coisas que eu gosto: música clássica e arte”. Pois sim, ele tem razão. A quantidade de cobertura que se dá ao futebol é mesmo proporcional ao apelo que tem nas pessoas e ao mesmo tempo que incentiva novos torcedores. É um círculo que se retroalimenta. E não é à toa, não é? O futebol tem muitas entradas para “pegar” as pessoas. E você, por onde o futebol de pega?


Ana Paula Grivet
Psicóloga, terapeuta reichiana em formação na EFEN

​
Agradecimentos:
  1. As colegas e amigas:
Marina Gante, Erika Lopes e Dominique Marques pelas discussões que inspiraram esse texto.

Referências:

REICH, Analise do Caráter.
REICH, A função do Orgasmo.
https://mcempada.wordpress.com/2007/05/14/sindrome-de-torcedor-masoquista/
http://blog.chicomaia.com.br/2019/02/16/sobre-masoquismo-e-futebol-ou-nada-se-cria-tudo-se-copia-ou-nada-se-perde-tudo-muda-de-dono-ou-nada-disso/
https://gomesroberto.blogspot.com/2016/08/o-narcisismo-no-futebol-brasileiro.html
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