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(In)satisfação e (des)harmonia em tempos árduos

25/5/2021

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Em tempos árduos, como o que temos passado desde o início do ano passado até hoje, um ano depois, como estão nossas couraças? Mais ou menos encouraçadas? Talvez boa parte dos leitores digam que se sentem mais encouraçados. E conseguimos entender como nunca antes o porquê. 
A razão se tornou gritante: a desconexão com o fluxo da vida, numa cisão quase abrupta das nossas realidades tal como tínhamos a certeza de que a conhecíamos. De maneira geral, este grande choque desencadeou um endurecimento na humanidade e, por consequência, reatividade coletiva, como com o apego às prévias certezas e com o fortelecimento das couraças.

Antes de mais nada, o que são elas, as couraças? Couraças são uma perturbação de origem social na capacidade de interpretar e ler o mundo, pode-se dizer que elas se dão numa desconexão de uma ideia que tenho e com o que eu de fato sinto - é como uma disfunção da função de abrir e fechar: eu abro quando tenho que fechar e fecho quando tenho que abrir, ou seja, eu não me permito o contato.

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Todavia, ainda assim, as couraças não são o problema - elas nos protegem até! -, o encouraçamento ou enrijecimento dessas couraças é que é problemático e isto é o que temos mais evidenciado no último ano, o bloqueio humano a nível mundial. E esse bloqueio não fica impune, para Reich, não tem fixação da mente que não tenha fixação do corpo.
E as emoções que mais prontamente atendem o chamado das incertezas? Medo e raiva, justamente porque fomos barrados das conexões de forma sem precedentes. O impulso de troca, até das mais simples trocas que fazíamos sem nem perceber, encontrou fortes bloqueios (devido ao medo), para além das nossas velhas couraças, em todas as esferas e escalas da vida humana e não teve o que expressar senão a frustração - reatividade de pulsão, para nós reichianos -, daí a raiva e novamente o looping do medo e… o corpo-mente padecendo!
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Vamos adiante na reflexão: se a vida nos convidou para dançar num ritmo descontrolado e a ansiedade não nos deixa nos entregar ao fluxo e as couraças crescem até a estratosfera, como sair da zona de (des)conforto de medo e chegarmos ao nosso cerne de equilíbrio com saúde? Primeiro, cabe dizermos que não basta pensar apenas em “saúde mental” nessa quarentena.

​O pensamento reichiano é holístico, e quando falo holístico não quero dizer sob um ponto de vista transcendental, místico ou meramente mecanicista e lógico, e sim de uma perspectiva integral e integrada em todos os aspectos da Vida (natureza). Então pensemos em saúde, nem apenas saúde mental nem apenas saúde do corpo, mas saúde da nossa unidade corpomental.
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Agora façamos uma respiração profunda ancorando calma, e em seguida, proponho como um começo a auto-observação. Apesar de este artigo não se propor a ser um manual de sobrevivência holística de tempos árduos, ele pode conter algumas dicas dessa tal auto-observação que pode levar a uma maior entrega e conexão consigo mesmo e com o outro (o mundo) e, por fim, à satisfação e harmonia (dentro do possível) da pessoa.

Reich diz em seu livro O Éter, Deus e o Diabo que a operação de exclusão da natureza - no sentido de dizer que “isto é” ou “isto não é” - é reflexo de um erro do pensamento humano, pois a natureza é uma só e o sentir, que é no que eu quero chegar, não necessariamente deveria estar em lado oposto à ciência e suas discriminações. É através da via da sensorialidade que temos recurso para entender e nos conectar com o que está à nossa volta. A felicidade e a sexualidade, por exemplo, têm sua importância na compreensão da autorregulação da unidade psíquica-orgânica, que é o que o funcionalismo orgonômico defende e cuja integração ‘psíquica-orgânica/ soma-psique’ é a proposta do princípio do Funcionamento Comum reichiano tão almejada pela terapia.
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Por um lado, o funcionalismo orgonômico coloca a dialética nas duas vias, tanto na via do Soma quanto na via da Psique, que significa tentar corrigir aquele erro do pensamento humano de cisão da natureza, reunindo a dicotomia do sentir versus mensurar/racionalizar. Por outro lado, o pensamento funcional de Reich nos convida a compreender todas as expressões aparentemente duais e contraditórias, como diferentes expressões de um Cosmos único que, sob um ponto de vista religioso, pode ser entendido também como Deus.
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Contudo, temos que lidar com os tempos árduos e as couraças exacerbadas… E o que isso tem a ver o tal “sentir” e com a raiva e o medo que todos vivemos nesse momento?! Primeiro de tudo, nós reichianos entendemos por emoção energia em movimento, e o que objetivamos na vida é basicamente como relaxar (mecanicamente, sentido a nível corporal) nossas tensões, portanto, estarmos em movimento!

​No entanto, com tantos e tamanhos bloqueios nosso sentir pode ter se desagregado nesta experiência encouraçada de tempos árduos, e , portanto temos dificuldades em realmente sentir: ou “não sentimos”, anestesiamos, por estarmos resistindo a sentir nossas emoções ou sentimos de maneira inflamada, isso é, sentimos “reatividade”, cuja expressão maior é nossa velha conhecida raiva ou agressividade, na maior parte das vezes irracional e descabida.
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Porém, nem toda raiva é destrutiva, podemos expressar essa agressividade direcionada à Vida ou à destruição. Esta última, contudo, leva ao ódio que, por conseguinte, traz à tona o sentimento de impotência, e quando nos sentimos impotentes tendemos a recair na insegurança. 
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Neste sentido, o ódio pode nos levar a sentir perigo em muitos lugares e, assim, ampliarmos os nossos casulos de encouraçamento e nossa insistência em ficarmos bloqueados. Para sair disso, haja afeto e terapia emocional!
 
Falando um pouco mais do ódio alimentado pela raiva reprimida, sentimento negativo de agressividade, além de destrutivo, ele bloqueia o movimento de conexão. A agressividade direcionada à Vida poderia simplesmente levar a pessoa a defender o que é vital, natural para si, mas já no encouraçamento destrutivo esta defesa passa a ser cronificada, secundária, o que pode levar a pessoa a defender e levantar a bandeira reativa dos outros (e no lugar do outro), e o pior: propagando o ódio - cujo discurso tanto se quer combater. 

A raiva destrutiva e o medo alimentam os bloqueios do sentir, de estar em conexão com a Vida (Natureza). Para virar a chave, podemos conceber uma forma de se conhecer as coisas buscando suas propriedades comuns, a partir da relação sensível com elas, como que desenvolvendo uma razão afetiva, que não pretende corrigir o mundo ou as partes que o compõem, mas sim esclarecer que somos parte desse mundo e por incrível que pareça nos potencializamos e nos vitalizamos à medida em que nos pomos a favor do todo ao invés de contra as partes.

Por fim, para concluir algumas dicas da auto-observação funcional e para nos aproximarmos da dinâmica do equilíbrio soma-psique/psíquico-orgânico é preciso celebrar a Vida, buscar a razão afetiva, e isto pode ser expresso através da celebração da força das nossas escolhas, da apropriação dessas escolhas que só podem ser feitas quando se está em conexão, conectado consigo mesmo e com a vida.
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Para tal façanha faz-se necessários o flexibilizar, se entregar aos ritmos prazerosos da vida, ainda que nem todas as couraças se dissolvam ou ainda que apenas pelo tempo que for possível. A harmonia e felicidade, ou satisfação, não estão no passado, é preciso deixar ir o apego às velhas defesas e entrar em conexão, sendo que para isso é necessário se entregar e estar integralmente presente, em fluxo. A partir dessa leitura espero ter ajudado a questionar como estão as suas couraças daqui para frente.
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Vanessa Oliveira
Estudante de psicologia e aluna da EFEN

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