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Do que é feito um terapeuta?

16/1/2023

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Quantas vezes, ao longo de nossa formação enquanto terapeutas ou profissionais da saúde no geral, nos perguntamos como se forma essa categoria de profissional? Quantas vezes ao longo de nosso próprio processo terapêutico, nos perguntamos do que é feito a/o terapeuta que nos acompanha?
Em alguns momentos pode até parecer que a pessoa do terapeuta apenas sai de um armário para o atendimento e volta para o armário logo após o encerramento da sessão, como se fosse um mero objeto de cena que ganha vida apenas no momento da terapia. Existe ainda o mito do/a terapeuta como alguém que não tem opiniões políticas ou percepções sobre sua própria vida que possam ir de encontro às percepções do paciente. O mito da imparcialidade.
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É claro que a maioria de nós sabe que o terapeuta também é um indivíduo que está no mundo e tem uma vida para além de seu trabalho. No entanto, mesmo sabendo disso, é difícil se relacionar com a imagem do terapeuta enquanto um ser que vive processos de alegria e angústia, regeneração, tristeza, como alguém que também viveu traumas e precisou, ou ainda precisa, se curar. É por isso que na terapia reichiana o primeiro mito que buscamos quebrar é o do imaginário.
Aqui, não trabalhamos com idealizações de mundo e buscamos o contato com a realidade de nossas emoções e suas formas de expressão nas relações que construímos. É uma regra que vale para todos, sejam alunos da escola, pacientes ou terapeutas, quando estamos refletindo sobre outrem ou sobre nós mesmos.

Gostaria de convidar-lhes a pensar sobre a figura da terapeuta (no feminino, já que é uma mulher que lhes escreve) e sobre o processo de formação de uma profissional capaz de administrar a técnica reichiana durante o processo terapêutico. Na EFEN (e na vida) a terapeuta passa por um intenso processo de formação teórica e prática para aprender as técnicas da terapia reichiana. Ela/e aprenderá sobre as características do cerne biológico e as interações biofísicas que acontecem no organismo vivo, a funcionalidade das camadas corporais e também as disfuncionalidades que surgem ao longo da vida e auxiliam no desenvolvimento de uma couraça de caráter. Mas tão importante quanto o que acontece dentro de sala de aula é o que acontece no processo terapêutico desta profissional em formação. Também somos pessoas encouraçadas e é dentro do processo terapêutico que poderemos vivenciar o que aprendemos, investigar em nós as couraças que estão trabalhando continuamente para a nossa defesa sem que necessariamente tenhamos consciência do processo.

Um pouco de conceito analítico
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Couraças caracteriais são as estruturas que nos impedem de entrar em contato com a realidade da maneira como ela se apresenta e tiram a nossa capacidade de sentir e reconhecer as diferentes misérias emocionais do mundo. Elas são formadas a partir de um trauma infantil que vai se fortalecendo, seja pelo ambiente em que o indivíduo cresce ou por uma doença física que aparece ao longo da vida do paciente. Para que o indivíduo não viva este trauma novamente, as couraças assumem a função de construir uma defesa subjetiva e biofísica contra traumas futuros. 
Com o objetivo de trabalhar estas defesas e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes, Reich concebeu a técnica de análise do caráter, que propõe uma investigação destas resistências que estruturam a couraça, focando a atenção do setting terapêutico na forma como o paciente se comporta em frente ao terapeuta, pois ela seria a chave para entender a estrutura da couraça. Pode ser uma postura sarcástica, uma sensação de inferioridade inerente no discurso, a timidez… cada pessoa irá se comportar de maneira diferente no momento da análise e é com base neste comportamento que o terapeuta inicia o processo terapêutico. O objetivo da clínica reichiana, baseada na análise do caráter, será a identificação e confronto dessas resistências, pois entende-se que elas formam um bloqueio energético, biológico e subjetivo que travam o desenvolvimento do ser humano.

Uma vez iniciada a terapia, é esperado que as couraças sejam flexibilizadas, liberando a passagem para a energia e aumentando a sensibilidade do paciente em relação às suas emoções e acontecimentos ao seu redor. No entanto, durante esse processo  de identificar e dissolver as resistências, há um certo desequilíbrio energético, pois sua função é justamente “resistir e proteger o organismo a qualquer custo”. Então pode surgir alguma instabilidade emocional e até um aparente fortalecimento das resistências, que se voltam contra a terapeuta, estabelecendo uma relação de transferência que pode ser positiva ou negativa, e será papel da profissional sustentar esta relação e se manter firme diante do panorama. Reich vai propor uma estratégia para lidar com estes momentos, chamado guerra de guerrilha, que se baseia em estabelecer morada na primeira resistência identificada e partir dela para lidar com as resistências secundárias que irão aparecer durante o processo. Assim, a terapia seguirá um curso relativamente normal e efetivo.

Sobre o vínculo paciente-terapeuta


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Para pacientes que desejam tornar-se terapeutas a análise do caráter será um momento fundamental. A posição da terapeuta na clínica reichiana é a de entrar em contato a partir de um olhar, escuta e sensorialidade atentos para identificar como o paciente fala, como seu corpo se mexe enquanto fala, qual é a emoção que emerge quando a narrativa é trazida. Não é uma análise simbólica como na psicanálise, mas uma análise da conexão do paciente consigo mesmo. 
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Uma terapeuta com couraças pouco flexíveis indica pouco acesso às suas próprias emoções, o que inviabiliza o trabalho clínico por dificultar o contato com as questões do paciente. Por isso é tão importante que a terapeuta consiga fazer uma leitura nítida das sensações e emoções que sente e Reich reforça essa premissa quando diz que “o ser desencouraçado percebe a si mesmo e ao mundo circundante de uma maneira essencialmente diferente do organismo encouraçado.” (REICH, 2003, p.60).

Em quais momentos o paciente começa a se relacionar com o mundo a partir da couraça? Como funciona este relacionamento? Ele reage com agressividade ou submissão? O paciente sabe identificar suas emoções e reconhecer o momento em que elas tomam conta da situação?  A terapia dá início a uma busca em conjunto com o paciente por esse como, ou seja, qual resistência é ativada no momento em que ele deixa de se relacionar com a realidade que se apresenta em sua frente e de que forma passa a reagir de maneira reativa por conta de um gatilho disparado inconscientemente, um  enganchamento negativo trazido pelos traumas que formaram sistemas de conhecimento pré-concebidos sobre a vida.

Para conseguir construir um vínculo com o paciente, trabalhar as questões que devem ser colocadas em foco e, junto a isto, sustentar a relação de transferência, a terapeuta precisa passar por um processo de fortalecimento de si e flexibilização de suas resistências. Se, enquanto terapeutas, não soubermos identificar as nossas próprias emoções, ou se estamos nos comportando de maneira reativa em uma situação, de que forma será possível auxiliar o paciente na compreensão de suas próprias resistências? Conseguiremos sustentar uma transferência negativa vinda do paciente? A dificuldade da terapeuta em relação ao próprio caráter vai dificultar a formação de um vínculo de confiança genuíno do paciente com o processo terapêutico. 
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“Por genuíno queremos dizer um empenho objetal,
forte, não-ambivalente e erótico, que possa fornecer
uma base para uma relação intensa com o analista e
suportar as tempestade provocadas pela análise
(Reich, 2003,  p.126)”
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Então, do que é feito uma terapeuta? É claro que não somos objetos de cena que ganham vida apenas no setting terapêutico, voltando para o armário ao seu encerramento. Somos pessoas, temos dias difíceis, traumas que precisam ser trabalhados, questões de caráter alheios que nos afetam intimamente. Isso significa que é possível que enganchemos nas questões de nossos pacientes, nos identificando positivamente ou negativamente com elas. 
Por isso é tão importante que estejamos conscientes de nosso papel, que é conhecer a miséria emocional na sociedade, trabalhar nossas próprias questões emocionais e reconhecer as defesas de caráter presentes em nós. Um trabalho clínico eficaz exige que a terapeuta aprenda quais são os seus próprios gatilhos e esteja presente na sessão, atenta ao processo no que tange ao paciente e a si mesma. A guerra de guerrilha acontece em nós paralelamente ao setting terapêutico, à medida que entramos em contato com o que sentimos.

Autora: Camila Crespo, aluna da formação avançada da EFEN..
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