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Relato de uma paciente : resistência e vínculo na terapia reichiana.

23/11/2017

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​​Texto de Érika Lopes, psicóloga clínica, paciente e aluna do curso de Formação em Terapia Reichiana da EFEN.

Bastante calmo, sentado comodamente na sua poltrona, o corpo não aparentando nenhum traço de tensão, completamente relaxado, de modo tão aprazível quanto em um momento de descontração ou de folga. "Que dinheiro fácil", passou pela minha cabeça. Assim é continuamente a postura do meu terapeuta.

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Com todo meu condicionamento judaico-cristão calvinista, culpada em demasia, trabalho, para mim, é uma coisa que envolve suor, esforço e, na maioria das vezes, não é tão prazeroso assim. Mas, mesmo assim, fui indo.... Queria ver aonde essa terapia iria me levar.

​A conversa foi fluindo leve, despretensiosa, sem aparentar ameaça ou menor resquício de perigo. Não havia nada daquele olhar vazio ou profundo, aquela palavra misteriosa, aquele clima de suspense de algumas terapias e nem o pragmatismo seco de outras... ela ia seguindo como um bom encontro semanal, como de bons amigos.

No começo, ele foi falando sobre umas coisinhas sobre mim que, ora eu confirmava, ora refutava levemente, mas sem muita resistência, pois eram inofensivas, sem muita gravidade. Até que um dia disse algo. Eu não compreendi de imediato, ele repetiu, não dei muita atenção. Ele repetiu mais uma vez de um modo diferente até que me dei conta do que falava. Era aquilo que eu não queria ouvir. Era "o óbvio ululante" de Nelson Rodrigues, o que estava na cara. Chorei, resmunguei, reclamei: "não, isso não. O que você quer, falando sobre isso?!", perguntei. "Todo mundo é assim! Não se vive no Rio sem ser assim! Quer acabar comigo? Quer me derrubar?".

Ele fez eu me dar conta de um traço de caráter. Aquele jeitinho que você chama de "personalidade", mas, na verdade, é um padrão estruturado e rígido com que você lida com as coisas da vida – relações de trabalho, amorosas, situações em geral. Aquilo que faz você responder a tudo sempre da mesma maneira, sem margem para o novo, para o criativo. Afinal, se fizer de outra maneira “não estará sendo você mesmo, não é verdade?”.  Na verdade, não sabia como viver sem ser de outro modo, aquilo me serviu até aquele momento, deu um trabalho danado criar aquilo tudo, ser assim... E ele me problematizava logo aquilo. Se não fosse daquele jeito, de que jeito seria?  Fez-se um vazio. Mas um vazio leve, um leve desconforto, um jeito de inadequação que sempre fugi, mas agora não sabia para onde correr. Ou melhor, não queria correr. Não queria me abrigar em qualquer lugar, preferia ir caminhando por ali, nesse lugar incerto, essa paisagem desconhecida, que me deixava mais vulnerável, mas parecia coisa certa a ser feita. "O que ele pensa? Tá achando que a vida é o que?", passou pela minha cabeça.

O tempo foi passando, fui me queixando menos desse lugar e mudando de postura em relação à vivência. Assim, cheio de manejo, meu terapeuta foi quebrando minhas resistências: fazendo eu refletir sobre o quanto poderia estar me custando manter certos traços de caráter, e que a energia usada para isso poderia estar voltada pra coisas que me proporcionam satisfação.

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Quando recaio e volto a fazer a velha ladainha sobre o meu passado, sobre a raíz dos meus bloqueios, quando tento explicar para o meu terapeuta o quanto é difícil ser quem sou, ele faz uma careta e diz algo mais ou menos como: "enquanto há vida, há esperança". Eu quero reclamar, reclamar e ele me corta, fala de outra coisa, muda de assunto... Agora, como aluna da formação em terapia reichiana, compreendo melhor a estratégia. É que esses muxoxos, essa mania de se ocupar com o que não presta é um poço sem fundo. A satisfação acontece quando vamos ao encontro do que nos dá prazer e conseguimos nos entregar a isto sem reservas, fluindo naturalmente, sem racionalizar. Aos poucos, gradativamente, essa percepção vai se tornando cada vez mais clara e vamos buscando, naturalmente, uma gestão melhor da nossa energia, que se dá na busca pelo contato. Mas isso é um processo.

Como na maior parte das vezes ficamos dispersos em meio aos nossos pensamentos, agindo automaticamente, sem nos darmos conta de nossos comportamentos, sentimentos e sensações, a fim de alcançarmos essa clareza e melhor economia de nossa energia, é preciso parar. Parar e observar. Parar e observar atentamente. Por isso, hoje vejo que, 'quando acho que meu terapeuta não está me entendendo e muda de assunto', ele está, na verdade, guiando, de forma sutil e imperceptível, meu olhar para meus movimentos energéticos e suas consequências. Ou seja, voltando ao que interessa.

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