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Coração (e cérebro) de estudante: a relação dos universitários com o estudo em uma visão reichiana

5/12/2017

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​“Trabalho, amor e o conhecimento são as fontes de nossa vida. Deveriam também governá-la”.
–
W. Reich.
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A vida de universitários (na graduação e pós-graduação) hoje se dá com o destaque de alguns sofrimentos típicos. Por vezes naturalizados, mas ultimamente mais enfocados por movimentos de estudantes, protelação, ansiedade, insegurança e dificuldade de concentração são fenômenos que aparecem recorrentemente na clínica quando tratamos de estudantes.

A protelação, por exemplo é trazida pelos pacientes como uma exaustiva repetição de um ciclo: deixar tudo pra última hora, adiar aquilo ao máximo e acabar tendo uma ou algumas noites em claro que parecem mais uma sessão de autotortura. Além disso, há o fantasma da culpa, que ofusca até os momentos mais prazeirosos com a sensação de que se deve algo. Para alguns, isso pode ser sentido como um mecanismo natural e não ser vivido como um grande problema. Para outros, esse padrão pode beirar o insuportável. É quando o acúmulo de trabalho vem junto à sensação de incapacidade, raiva, frustração e autodepreciação, chegando, por vezes, ao bloqueio total da escrita e do estudo.
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Uma pesquisa feita em 2013 na UFRGS descobriu que 89% dos estudantes relatavam sintomas de ansiedade, 64% de angústia, 63% de desânimo e 61% de dificuldades de concentração[i]. Frequentemente naturalizamos isso, pensando que estudar sempre foi chato ou até mesmo que as novas gerações são preguiçosas. Reich defendia já na década de 30 sobre a maneira que o trabalho precisa ser sentido de maneira criativa pelo trabalhador. É importante compreender que tal criatividade se dá não na originalidade mas na liberdade e tranquilidade necessárias para o envolvimento com as tarefas que se colocam. Com isso, podemos pensar que quando a relação da maioria das pessoas com o trabalho ou estudo é baseada em adiamento e ansiedade há algo muito errado.
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Protelação, ansiedade e dificuldade de concentração têm a ver com a dificuldade de disponibilidade interna em relação às tarefas. Em uma visão reichiana, essa disponibilidade funciona como a entrega e a abertura na vida afetiva: para que ela ocorra, é preciso que o medo e o controle dêem uma trégua. É preciso também uma relação de afeto com aquilo que se faz. Afeto que não precisa ser romantizado e idealizado; não precisa ser “O trabalho (amor!) da sua vida” mas necessita de um nível de envolvimento, tranquilidade e conexão. Quando isso é possível, mesmo com as dores e delícias inerentes a qualquer relação, a sensação de satisfação é o que predomina. E o corpo responde.

Na era multitarefas, as respostas precisam ser na velocidade da internet e das comunicações globalizadas. Haja criatividade e eficiência para lidar com a aceleração! Às novas gerações de classe média, por exemplo (a famosa geração Y[ii]) lhes foi dito que teriam direito a um trabalho criativo, agradável e realizador caso se esforçassem. Em contrapartida, deveriam ser geniais e ultraprodutivos. As cobranças internas e externas se misturam e a insegurança é quase inevitável.
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​​Enquanto isso, a atividade de estudar soma algumas peculiaridades à dificuldade geral de conexão com o trabalho nos dias de hoje: o trabalho acadêmico muitas vezes se dá de maneira hermética e distanciada de suas aplicações práticas, contribuindo para a insegurança e a sensação de vazio. Soma-se a isso, ainda, diversas vezes, competitividade e hierarquia exacerbada, aspectos que levam a uma vivência de isolamento e solidão neste processo. O conhecimento isolado se torna substância vaporosa que não alimenta os necessários sentidos de compartilhamento, pertencimento e reconhecimento.

​Ainda, tal mal-estar tem a ver com diversas outras condições – desde a dificuldade de se manter na universidade até a competitividade e ansiedade em relação às, muitas vezes escassas, perspectivas futuras. Nesse contexto, individualizar o problema e entrar no jogo de autodepreciação e do perfeccionismo é uma cilada. O mecanismo de culpabilização é parte de todo um rol de padrões narcisistas-masoquistas que permeiam nossa sociedade. O perfeccionismo e o medo exagerado de falhar são partes de uma engrenagem que se estabelece quando predomina a escassez: de oportunidades, de tempos de maturação e de ritmos adequados à vida. Neste contexto, se dá a supervalorização daqueles que conseguem por conta própria vencer todas as dificuldades. A idealização de alguns tipos de trabalho e desvalorização de outros, marcante em nosso país, reforça este padrão.

Por outro lado, a relação das novas gerações com o estudo e com a atenção vem se alterando também por outros fatores, como a quantidade de informação a que estamos todos submetidos e atraídos. A mídia e as redes sociais hoje funcionam como um imã, gerando um padrão de forte dispersão do qual poucos conseguem escapar. A dificuldade de atenção colocada por nosso tempo não só nos distancia do aprofundamento em tudo aquilo que nos envolve mas tem a ver também com a nossa capacidade de parar, silenciar e olhar para si. É preciso, portanto, dar atenção à falta de atenção, algo fundamental na terapia reichiana!
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​Ansiedade e atenção estão sempre correlacionadas. Se estamos sempre em estado de alerta e urgência, preocupados e com a sensação de que algo nos vai faltar, não é possível ter uma atenção mais focada. Da mesma forma, exercitar em nosso cotidiano uma atenção mais profunda e persistente possibilita o aprofundamento dos laços afetivos com as pessoas e com as tarefas. Nesse sentido, colocar a mão na massa também é preciso – seja na massa de nossas tarefas, de nossas emoções, ou de uma criação artística por exemplo 
– tudo aquilo que pode nos envolver e fazer sentido.

​​Compreender o mal-estar discente na universidade em uma visão reichiana pressupõe olhar para a movimentação energética engendrada pelas condições de nosso tempo. Na clínica, ao mesmo tempo que buscamos melhores condições nos âmbitos individual e social, é preciso encarar o problema imediato que a insegurança e a falta de atenção nos colocam, bloqueando o fluxo criativo que perpassa todas as nossas ações. Que estes possam ser encarados como sinais da conexão vital que se estabelece com o trabalho e que esta conexão possa ser um dado fundamental a ser considerado e pautado para mudanças pessoais e sociais na direção da potência. 

 
Isa Kaplan Vieira
Psicóloga e terapeuta reichiana, professora da EFEN
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Dominique Vianna Marques
Psicóloga e aluna da formação em terapia reichiana da EFEN



Bibliografia:
[i] http://www.anpg.org.br/estresse-e-depressao-na-pos-graduacao-uma-realidade-que-a-academia-insiste-em-nao-ver/
​[ii] http://qga.com.br/comportamento/jovem/2013/09/porque-os-jovens-profissionais-da-geracao-y-estao-infelizes

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23/5/2025 04:12:10 pm

I agree that finding fulfillment and balance between work, love, and knowledge is essential for living a meaningful life.

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