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    Blog da Revista Fluxo
   
O lugar onde compartilhamos nossas ideias, insights, pesquisas, eventos e dicas.

As sutis advertências dos nossos sentidos

7/4/2014

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Como nossos estados de atenção funcionam? Como conseguimos saber sobre o que se passa conosco, em nosso mundo interno, com os outros e as coisas ao nosso redor?

​Reich escreveu sobre um tema que versa sobre a teoria do conhecimento ou como conhecemos de modo geral. Normalmente, acredita-se que o intelecto ou a inteligência racional é aquela que nos fornece informações sobre o mundo, o que em parte, é verdade. A outra parte é que, de fato, o que nosso intelecto faz é concatenar ideias, isto é, criar lógicas, que são ideias que se ligam a ideias e formam um raciocínio sobre alguma coisa. E estamos o tempo todo formando raciocínios sobre coisas, sobre pessoas, sobre fatos que nos acontecem, sobre atitudes de outras pessoas, sobre o significado de certos eventos, etc.

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Mas de onde brotam as ideias através das quais criamos conexões, formamos sentidos e afirmamos o que se passa? Reich nos diz, de maneira sucinta, que a natureza em nós e fora de nós apenas é acessível ao intelecto por meio das impressões dos sentidos, ou seja, dos traçados e das marcas que excitam e provocam movimento ao corpo. Em outras palavras, isto significa que temos ideias de acordo com as sensações que se produzem no corpo. As sensações, por sua vez, as percebemos como ideias que surgem na mente cada vez que nosso corpo muda de estado.

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Por exemplo, se estamos no mar de pé, parados, e as ondas nos balançam continuamente de um lado para o outro, teremos sensações que tomarão conta de nossa mente baseadas no que estamos vivendo. Ou se estamos no campo, de olhos fechados, e sentimos o vento que também balança as árvores, também nossa mente será tomada de sensações características, provavelmente, de prazer. Em suma, tudo o que nos afeta cria movimentos internos e ideias que o intelecto organiza de maneira coerente, dentro de uma lógica. Ao menos, dentro de alguma coerência e alguma lógica.
​
Neste momento, Reich nos avisa que as sensações que temos depende da composição de nosso corpo, que é um corpo que tem uma estrutura particular e uma forma de se sensibilizar e de responder de maneira particular. Logo, se formamos um raciocínio sobre uma coisa ou um fato, podemos dizer que esta coisa ou fato tem qualidades que o compõem, que podem até ser objetivas, descritíveis, e, também, que os valores que damos são subjetivos e podem se formar muitos pontos de vista sobre uma coisa ou fato. A questão, para Reich, não está, assim, sobre a natureza do fato ou o significado, mas sobre a natureza da sensação que a pessoa tem, ou seja, como é o aparelho, 
como funciona a composição do corpo do qual brotam sensações e do qual percebe as coisas, os fatos, o que lhe acontece e o que fazem as outras pessoas.

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Todo nosso corpo, desde que iniciamos nossa jornada como um embrião que viaja e está sujeito ao ambiente da mãe, é marcado continuamente por tudo aquilo que ele experimenta. São memórias, mais ou menos primitivas, que são gravadas como traços permanentes na matéria do corpo, nas suas células, nos seus tecidos. As memórias são ativadas quando um sinal chega até elas: se um sinal negativo foi gravado, um estímulo que provocou risco ou lesão anteriormente, um sinal semelhante, com características parecidas, provocará um estado antecipado de risco, que é o que chamamos medo. Se um sinal positivo foi gravado, um estímulo que provocou prazer ou expansão, um sinal semelhante provocará em nós uma afeição ou uma sensação de aproximação, mesmo sem sabermos ou termos consciência do por quê.
​
Reich se deteve sobre o estudo da sensação de risco, pois se trata de uma reação do corpo a um estímulo negativo anteriormente vivido, mas, sobretudo, de uma reação que constantemente se renova e se reatualiza, uma vez que recebemos continuamente estímulos ou sinais das relações com coisas ou pessoas que estabelecemos no presente.

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Se uma pessoa foi muitas vezes marcada ou marcada com intensidade negativamente em momentos importantes de seu desenvolvimento, esta pessoa é muito sensível a determinados sinais que provocam continuamente estados antecipados de risco. Isto significa que seu corpo reage, por conta de suas memórias gravadas, a sinais semelhantes e sua mente imagina ou tem ideias de situações antecipadas de risco, pois, como dissemos, a mente tem ideias a partir das sensações ou dos movimentos que se dão no corpo.
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Na prática, a pessoa se vê, em muitos momentos, tendo ideias reativas ou alarmadas de situações que prevê acontecerem, mas, que de fato, nem sempre se concretizam. Conforme a composição do corpo ou o modo do corpo seja tomado por estas reações, muitas vezes a mente raciocina ou estabelece lógicas muito rígidas e fixas sobre uma determinada situação, de modo que consiga apenas ver ou perceber apenas esta lógica e não outra e, assim, a pessoa põe-se a agir contra esta lógica, a combatê-la.

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Muitas vezes isto acontece de maneira muito rápida e difusa, sem percepção clara, ou mesmo é inconsciente. A raiva, a fúria, neste sentido, no pensamento reichiano, quando é desprovida de fundamento racional ou real, pois se trata de um estado antecipado, é sempre subproduto do medo, que adoece o sistema vivo.

Assim, voltamos ao início da nossa questão. 
Como conseguimos saber sobre o que se passa conosco, em nosso mundo interno, com os outros e as coisas ao nosso redor?

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Tudo depende dos nossos estados corporais ou sensíveis e de quanta consciência temos deles. Este é sempre um ponto de partida na clínica reichiana, conhecer e ser e educar a ouvir as sutis advertências de nosso corpo e de nossas sensações, pois o quanto mais adoecidos estamos, menos conseguimos ouvir ou discernir estas advertências e mais guiamos as nossas ações e os nossos pensamentos sem nos questionarmos de quais estados corporais e sensoriais eles partem e onde se fundamentam.

Se o tempo todo somos acometidos por estados de risco os quais nem mais percebemos ou tomamos como “normais” ou como parte de nossa natureza, nossa capacidade de percepção e conhecimento das coisas torna-se muito diminuída e, mesmo, distorcida. Mesmo que nosso saber das coisas, nosso saber sobre nós mesmos ou sobre os outros seja sempre subjetivo, é necessário que nossos sensores, nossos sistemas de sensibilidade estejam em grande parte disponíveis para que possam sentir e responder ao que seja real. Em outras palavras, a profundidade de nossas percepções é ligada ao quanto podemos investir de atenção, o que se traduz em termos energéticos.

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Se a maior parte de nossa energia de vida é voltada a combater e a manter estados antecipados de risco, pouco investimento resta, de fato, para destinarmos ao conhecimento do mundo, de nós mesmos, do que ocorre ao nosso redor e das situações que nos acometem.
Portanto, como nos lembra Reich, o conhecimento do mundo ao nosso redor e de nós mesmos, não requer meramente uma operação mental, mas, sobretudo, uma capacidade biofisiológica de pulsação, de sentir e de responder livremente, de expandir e contrair à necessidade das relações, de modo que possamos conhecer verdadeiramente a realidade que produzimos e que se faz à nossa frente.


* Este artigo está baseado na dissertação de mestrado em Psicologia Clínica apresentada na Universidade Federal Fluminense em 2013, com o título “A clínica, a sensibilidade e o conhecimento: um diálogo entre as obras de Reich e Spinoza”.

José Vicente Carnero

Psicólogo Clínico, Administrador de Empresas e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Formado em Vegetoterapia Carátero-Analítica pela EFEN.

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