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Amamentação: A importância de não viver um estado de ansiedade e desconexão emocional.

21/11/2020

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​A amamentação é o início da primeira relação sexual não genital da criança. E o que significa isso? Que toda sexualidade começa na relação entre “algo do outro que entra em mim e algo de mim que entra no outro”: um afeto, um carinho, uma palavra, um olhar sobre.
​Não necessariamente com os órgãos genitais.
É uma relação que envolve troca, intimidade, acesso mútuo e que, quando isso é relaxado e o corpo participa de maneira positiva, cria importantes parâmetros de prazer e de satisfação na vida.

Essa troca cria referências futuras, pois a pessoa saberá que é possível viver esse modo de relação saudável na vida adulta, quando ela chegar. Essa é a importância de a criança poder viver dentro de si essa possibilidade de uma relação sexual-afetiva saudável, sobretudo nesse período da primeira infância. A criança não necessita receber apenas o leite, ela precisa receber o olhar da mãe, o aconchego, o carinho, a segurança. Tudo isso entra dentro dela e sua presença e seu ser entram também dentro da mãe.


O que chamamos de sexualidade genital é algo que se forma muito depois, na puberdade, quando surgem os hormônios sexuais. Nos homens, o principal hormônio sexual é a testosterona e nas mulheres os principais hormônios sexuais são o estrogênio e a progesterona. Então, podemos ficar tranquilos porque quando falamos de sexualidade na infância, de forma alguma estamos falando de “sexo adulto com os genitais”, até por questões fisiológicas, psicológicas e cognitivas, não há o amadurecimento e muito menos o desejo.

No entanto, muitos adultos fazem essa associação e acham que falar de sexualidade é falar de sexo, mesmo quando tratamos da infância. Isso se deve ao repertório de ideias que os adultos
 já possuem, pelas fantasias que têm e pelas experiências que passaram.

Por isso trago aqui algumas diferenças entre Sexualidade e Sexo:

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1 – Sexo: Órgãos genitais (masculino, feminino e intersexo) e Relação Sexual (ato de penetrar com os genitais).
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2 – Sexualidade: É uma relação de troca e de comunhão entre corpos. Envolve o desenvolvimento emocional, cognitivo, psicológico, biológico, energético, social, politico e cultural das pessoas. ​
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A sexualidade se desenvolve na gente desde que somos concebidos e nidamos na parede do útero da mãe, até quando envelhecemos e morremos. Ela é essa energia que nos impulsiona a buscar bem-estar na nossa vida, na relação com o outro, seja com quem trabalhamos, estudamos, temos amizade ou laços familiares. Essa relação de troca existe para além das relações românticas, mas envolve elas também.

​O sexo (o ato sexual genital) é um dos componentes da sexualidade, mas como já dito, só vai surgir mais na frente, não entra no repertório da criança. As distinções que eu trouxe acima foram bem exploradas por Wilhelm Reich (1975) e Federico Navarro (1995).

​A criança vai expressar a sua sexualidade por meio de curiosidades, questionamentos, exploração do próprio corpo e de um outro da mesma idade, do reconhecimento das diferenças sexuais, do respeito por si e por outras pessoas.

​É a obtenção da satisfação e do bem-estar com essas trocas. Claro que o desprazer e as sensações desagradáveis experimentadas pela criança também fazem parte, pois é a hora em que não queremos conectar com algo. E isso também são parâmetros de sexualidade.
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Uma das formas do bebê buscar o bem-estar e a satisfação é através da amamentação, do colo, do afeto, do contato físico, da voz e, sobretudo, de fazer contato com o olhar da mãe e sentir que é uma continuidade e, ao mesmo tempo, que é diferente dela.

​Mesmo que a mãe precise amamentar com mamadeira ou utilizando um bico de silicone nos mamilos, o importante é a conexão: olhar nos olhos, estar ali com seu próprio corpo consciente junto com a criança.
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​Por isso, nessa etapa acontece o vínculo primário, a construção do laço afetivo e esse início tem como função alimentar o bebê, seja pelo seio ou pela mamadeira e formar os processos mentais e emocionais realizados entre a pessoa que cumpre essa função materna (mãe ou cuidador primário) e o bebê. Mas neste artigo focaremos na amamentação através do seio para falarmos das reações fisiológicas que podem surgir através desse contato.

​Relaxamento e Prazer nas Mamães

​Existem muitas sensações durante o mamar, confortáveis e desconfortáveis e é positivo quando elas podem ser integradas, pois é possível prevenir medos e dificuldades de aproximação íntima dessa forma. Ao mesmo tempo, para a criança, o mamar deve ser fonte de prazer e isso envolve excitações no corpo também. Todo o sistema cognitivo e emocional da criança se integra dessa forma e se desenvolve bem, podendo vivenciar essas excitações naturais sem ansiedades e sem tensões. Essas primeiras bases vão ter um impacto importante sobre a sexualidade genital adulta.

Não é incomum que muitas mães vejam, durante a amamentação, que seus filhos se excitam ao mamar, nos meninos, de forma mais visível, o pênis pode até chegar a ficar ereto, mas isso não significa que ele tenha algum desejo adulto, ele apenas está feliz e as inervações de prazer no corpo funcionam dessa forma, provocando ondas que se espalham da boca para o resto do corpo. Mas isso pode assustar muito essa mamãe que não sabe lidar com essas manifestações, muitas das vezes por falta de informação.


Apesar de muitas mães sentirem dor na amamentação, como foi o meu caso, por conta de mamilos rachados, “empedramento”, dentre outros problemas, não é incomum haver momentos em que a mãe não sente dores e a amamentação se torna prazerosa. Nesses momentos, também pode acontecer da mulher sentir alguma forma de excitação em seu corpo, não porque deseje algum objeto (um homem, um pênis) mas porque os mamilos têm inervações sensíveis e as áreas do corpo se comunicam. Em outras palavras, os mamilos são zonas erógenas importantes para a sexualidade feminina, ligadas também ao prazer no ato sexual.

Durante a relação com o parceiro é liberado um hormônio que, não por coincidência, também é liberado no momento da amamentação que se chama ocitocina, conhecido como o hormônio do amor. Porém, no período da amamentação, essa simbologia erótica vai dar lugar a algo antierótico que é alimentar o bebê, nutrir o filho. Aí não entra essa conotação ou fantasias sexuais. Contudo, quando o prazer da entrega e do estímulo de zonas erógenas ocorre durante a amamentação, é importante que a mãe não se desespere, possa relaxar e siga o fluir do mamar.

Ansiedades e Medos nas Mamães

​Às vezes, existem mães que ficam confusas e se assustam com essa excitação e acabam travando o corpo e se recolhendo dentro de si mesmas, ou por vergo- nha ou por medo. Algumas, como escreve a autora Maldonado (2002), podem não conseguir amamentar por achar indigno dar o seio para o bebê por relacionar ao prazer do ato sexual. Isso é sentido pela criança e esse estado de ansiedade pode ser transmitido e criar uma ideia de que a mãe está com medo enquanto o bebê mama e este não saber o motivo.

Quando sentimos medo, o nosso corpo libera hormônios estressores e isso pode afetar o nosso raciocínio. Mas como Goleman (2012) mesmo fala, a inteligência emocional trata justamente de “impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar” (p. 58). Assim como o bebê recebe pelo leite os hormônios do amor (ocitocina), também pode receber os hormônios do susto, medo, estresse (adrenalina e noradrenalina). Além disso, irá perceber na mamãe uma diferença no batimento cardíaco e na respiração.
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​Como mãe e bebê estão conectados, a criança sente toda essa alteração e isso causa angústia e poderá atrapalhar na conexão. O psicanalista Winnicott descreve o desenvolvimento emocional primário e fala da importância da mãe se conectar com seu bebê na fase conhecida como dependência absoluta, para não causar o surgimento de doenças e que as emoções da mãe afetam a lactação. O medo, a depressão, a tensão podem provocar o fracasso na amamentação.

É importante manter a calma e buscar suporte para esse período. A mãe tem por função satisfazer as necessidades básicas do filho, não somente de alimentação 
como de proteção e tudo ligado ao seu desenvolvimento, como nos disse Winnicott (1956;1982).

Para que isso ocorra de forma satisfatória, é importante um ambiente favorável, pessoas que possam ajudar essa mãe, dando apoio e encorajamento. Por ser um momento de descobertas e fragilidade, a família precisa ser suporte para essa nova mamãe.

Atarefamento e dispersão do contato pelas Mamães

​Quando a mãe está dando de mamar preocupada apenas em dar o leite (ou fórmula), mas ela não está lá na relação, essa conexão com o bebê ficará prejudicada. Muitos acham que “o importante é estar recebendo leite!” e isso não é totalmente correto.

Essa orientação de Navarro (1995), também vai ao encontro das palavras da Psicóloga Leiliane Rocha: “quando se trata de relação com o bebê, quero deixar claro que tanto no peito quanto na mamadeira ou copo, o momento da refeição deve ser de total interação com a criança, pois o mamar é um evento muito especial para ela, além do alimento, a criança precisa sentir sua mãe ou quem o está oferecendo”.
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Há mães que fazem do mamar um “protocolo correto”, mas está distraída e com a sua presença em outro lugar. O corpo da mãe tem que estar conscientemente presente junto com o corpo da criança e sua atenção também. A criança precisa ouvir a voz da mãe, receber os olhares de afeto, precisa sentir, com e sem palavras, que ela é especial e querida.
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É uma qualidade de conexão muito diferente quando a mãe está dando de mamar totalmente presente na relação. Porque se ela não estiver, a criança pode sentir essa ausência e criar a ansiedade de que por mais que sugue o leite, sua mãe não está lá, não consegue sentir o afeto dela dentro de si. Isso pode criar um traço de comportamento futuro em que a pessoa pede e suga dos outros e nunca sente que recebe o que precisa.

Infelizmente essa desconexão é muito comum na nossa cultura, pela maneira com que fomos educados: a separar o que sentimos e o que pensamos.

Para concluir, escrevo este breve artigo como uma contribuição para que mães possam saber integrar essas sensações próprias e as dos filhos sem medo e sem culpa, pois praticamente todo funcionamento corporal opera de forma a integrar essa sexualidade, em função dos estímulos que são vividos de maneira agradável ou desagradável, que criam aproximação e contato ou repulsa e medo.

​
Permita-se viver uma amamentação sem ansiedades e confie na sabedoria do corpo para regular aquilo que ele sente. O mais importante é entender que a sua conexão com o bebê é fundamental para um desenvolvimento saudável da sexualidade e tudo que a envolve. A forma emocional do mamar fará toda a diferença. Olhos nos olhos do seu bebê, converse com ele, ofereça todo afeto e, acredite, vai dar tudo certo.
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​Jennifer Paixão Carnero

Psicóloga e criadora do canal @educar_para_proteger 
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