O Curso de Introdução à Análise do Caráter está em sua nona edição. Desde 2007 estamos aprimorando a didática para o ensino da técnica da Análise das Resistências de Wilhelm Reich.
A partir da percepção dos aspectos defensivos do comportamento – através dos gestos, formas de expressão, modos de interagir e relacionar-se afetivamente – Reich elaborou uma técnica que foca a conscientização das defesas caracteriais como resistência ao contato sensorial, afetivo e relacional. Sendo a dificuldade no contato uma das principais causas do adoecimento psíquico segundo a ótica reichiana, é de grande pertinência o estudo aprofundado dos aspectos do caráter e do contexto social que negam esse contato.
Esta técnica é pensada, sobretudo, à fase inicial do processo terapêutico, quando o paciente dificilmente é capaz de se desvencilhar dos mecanismos de defesa que prejudicam o andamento da terapia.
Segundo Reich, todos os pacientes, sem exceção, começam a análise com uma atitude mais ou menos pronunciada de desconfiança e ceticismo, que, em geral, fica escondida. Um dos erros típicos apontados pelo autor, é o de acreditar completamente na boa-vontade do paciente em colaborar com o processo terapêutico. Ou seja, mesmo que o paciente queira se engajar no processo terapêutico, sempre existem resistências, ainda que inconscientes.
A desconfiança pessoal em relação ao terapeuta é um exemplo típico de resistência. Por isso, o terapeuta deve ter em mãos uma estratégia focada para fazer com que o paciente traga à tona as razões pelas quais desconfia ou se defende, estabelecendo uma aliança terapêutica, que é a premissa básica para o surgimento de um possível vínculo terapêutico entre os dois.
Mesmo que haja interpretações pertinentes de conteúdos inconscientes a serem feitas pelo terapeuta, este deve se furtar em comunicá-las em um primeiro momento. As interpretações, segundo Reich, são como um remédio, que deve ser administrado com parcimônia. Um dos erros típicos do terapeuta iniciante é o de querer atender a demandas imediatas do paciente fazendo interpretações apressadamente, sem obedecer ao ritmo do processo terapêutico. Nesses casos, o que deveria ser remédio torna-se veneno, pois, por mais que o terapeuta possa estar correto em sua interpretação, esta não deve ser trazida ao paciente antes que a camada superficial de aparente engajamento sejam analisadas de maneira consistente.
Reich afirma a ideia de que a única forma pela qual é possível desfazer a força dos mecanismos de defesa que bloqueiam o processo terapêutico, é levar em consideração as expressões corporais do paciente. A comunicação verbal pode ser extremamente enganosa, mas, ao apontar as contradições entre os movimentos afetivo-coporais do paciente e o conteúdo da fala, cria-se um ponto de contato genuíno com o paciente. Desconsiderar os mecanismos de defesa caracteriais é correr o risco de corroborar com uma falsa imagem que o sujeito cria para si próprio de da qual não consegue sair. A conseqüência disso são terapias muito longas que ficam estagnadas, não havendo muita transformação do paciente do ponto de vista da qualidade de suas relações, melhora de sintomas, aumento de sua potência e satisfação.
A técnica de análise que foi sistematizada por Reich no livro, surgiu a partir de seminários entre importantes psicanalistas, nos quais os casos clínicos eram discutidos e a correlação entre a teoria clínica e a prática da psicanálise eram colocadas em cheque. Na obra, Reich enumera os diversos erros que ele próprio cometeu no início de sua atividade clínica, prestando assim, um enorme favor a todo os terapeutas iniciantes.
Objetivos do Curso
- Familiarizar os alunos com os termos a serem estudados e apresentar a contextualização histórica e política do desenvolvimento da Análise do Caráter.
- Identificar contribuições, semelhanças e diferenças entre a Psicanálise tradicional da época de Reich e a Análise do Caráter desenvolvida por ele.
- Estudar o Ponto de Vista Econômico e sua importância ao desenvolvimentos da Análise do Caráter.
- Compreender e detalhar a técnica da Análise do Caráter aprofundando a temática da resistência e da transferência.
- Compreender como a Análise do Caráter pode promover a flexibilização da couraça caraterial: indicações e os “perigos” da Análise do Caráter.
- Promover um exercício teórico de Análise do Caráter por meio de estudo casos clínicos.
- Elucidar os principais aspectos da transferência, contratransferência e do encerramento da terapia.
- Apresentar articulações contemporâneas do pensamento reichiano a outros campos de saber e prática.
REICH, Wilhelm. Análise do Caráter. Martins Fontes: São Paulo, 2004
REICH, Wilhelm. A Função do Orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
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INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Informações técnicas: O curso terá dupla qualificação:
- Curso Livre para os que apenas estiverem interessados em ter uma introdução teórica sobre a técnica e a terapia reichiana.
- Disciplina da Formação com uma entrevista qualificatória para a Formação em Vegetoterapia Carátero-Analítica ao final.
Duração: 18 horas
Início: Sábados, 17. 24 e 31 de Agosto e 7, 14 e 21 de Setembro
Público Alvo: Livre
Investimento: R$ 540,00 a vista ou 3x de R$ 180,00
Mais informações em: http://www.orgonomia.com.br